CEO e CIO da Verde Ativo questionam compromisso gubernamental em Orçamento 2025, preocupações com piora fiscal. Temas: estrutura fiscal, revisão, posição estratégica, investimentos, PLDO-2025, jogo-changer, novos gastos, Bolsa de Valores, Família, reajuste salarial, Pé da Meia, despesas obrigatórias, reforma Previdência.
Luis Stuhlberger tentou mostrar confiança no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diante de alguns indícios de que não haveria fiscal das contas públicas, com Fernando Haddad como ministro da Fazenda. A aprovação do regime fiscal era um sinal desse direcionamento.
No entanto, a fiscalização rigorosa das contas públicas é crucial para manter a seriedade da situação econômica. Qualquer sinal de descontrole fiscal pode gerar repercussões negativas, afetando a confiança dos investidores e a estabilidade financeira do país. É fundamental manter a transparência e a responsabilidade na gestão fiscal para garantir um ambiente econômico saudável.
Reavaliação Diante do Cenário Fiscal
No entanto, a revelação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2025, em meados de abril, com a renúncia à perspectiva de superávit fiscal e o aumento das despesas, levaram o CEO e CIO da Verde Asset Management a repensar sua posição, bem como a estratégia de investimentos. O mercado estava confiante, e eu me arrependo por ter confiado, de que o PT poderia ao menos demonstrar alguma seriedade fiscal real’, disse Stuhlberger em um evento realizado pela Verde na terça-feira, 7 de maio. ‘Mas o PLDO de 2025 foi, na minha opinião, um verdadeiro divisor de águas em relação ao que esperar deste governo em termos fiscais.’ De acordo com ele, a questão fiscal, que ele acreditava que seria apenas um ruído, acabou se transformando em um sinal, especialmente diante das expectativas de que o governo não conseguirá controlar as despesas com a proximidade dos ciclos eleitorais.
Novas Despesas e Desafios Fiscais
O PLDO de 2025 trouxe uma série de novas despesas e ampliação de outras, como a expansão do público beneficiado pelo Bolsa Família e o reajuste do salário mínimo acima da inflação, além do programa Pé de Meia, que oferece incentivos financeiros a estudantes do Ensino Médio de escolas públicas. Para Stuhlberger, apesar de Haddad estar adotando medidas para aumentar as receitas e compensar metade das despesas, a situação continua complicada, considerando as despesas obrigatórias. ‘Mesmo com a reforma da Previdência, o número de pessoas ingressando no sistema está aumentando de 3,5% a 4% ao ano, e o BPC [Benefício de Prestação Continuada] teve um salto nos últimos dois anos, crescendo 11% ao ano. Como é uma despesa obrigatória, os gastos totais continuarão subindo e não há espaço no governo para arrecadar mais’, afirmou.
Perspectivas de Crescimento Afetadas pela Situação Fiscal
O pessimismo de Stuhlberger em relação à situação fiscal contrasta com os elogios que faz em relação a outros aspectos da economia. Ele destaca a significativa desinflação no país, juntamente com a trajetória de queda da Selic, as contas externas com perfil favorável e os indícios de um PIB potencial maior, graças às reformas implementadas desde o governo do ex-presidente Michel Temer. No entanto, a piora da situação fiscal acaba prejudicando as perspectivas de crescimento.
Mesmo com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) demonstrando cautela em relação ao início do ciclo de corte de juros, a equipe econômica da Verde acredita que a flexibilização monetária virá, embora sem arriscar uma previsão precisa sobre quando o primeiro corte ocorrerá. A expectativa de desvalorização do dólar poderá criar condições favoráveis para o crescimento econômico do Brasil, com base em movimentos semelhantes observados no passado, segundo Daniel Leichsenring, economista-chefe da Verde Asset. Se a situação fiscal estivesse equilibrada, o crescimento poderia ser ainda mais robusto. ‘O Brasil se favorece do cenário de corte de juros, mas está gastando tudo e mais um pouco. A abordagem pró-gasto acaba tornando o país mais vulnerável’, afirmou o economista-chefe da Verde. Em meio a esse cenário desafiador, o fundo de investimento tem sua estratégia ajustada conforme as oscilações do ambiente fiscal brasileiro.
Fonte: @ NEO FEED
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