Homem preso após crime na rede estadual de ensino. Audiência de custódia quarta-feira. Escola dando aulas no momento do ocorrido em dois lugares.
Na terça-feira, 16, um professor vinculado à rede estadual de ensino de São Paulo teve sua prisão temporária decretada sob a suspeita de participação em um roubo em Iguape, litoral paulista. Clayton dos Santos, de 40 anos, está sendo acusado pelo incidente que ocorreu em 31 de outubro de 2023, no qual uma senhora de 73 anos foi vítima do roubo de R$ 11 mil.
O educador detido foi identificado como parte do incidente devido às evidências encontradas pelas autoridades. A comunidade escolar ficou chocada com a notícia, pois até então o professor era bem visto e respeitado em seu trabalho. A prisão temporária levanta diversas questões sobre a conduta do profissional e deixa todos perplexos com a situação.
O reconhecimento e a defesa do professor
A vítima afirmou ter reconhecido o professor como autor do crime com base em uma fotografia. No entanto, registros da Escola Estadual Deputado Rubens do Amaral, na zona sul da capital, mostram que Clayton estava na escola, educando, no momento em que o crime ocorreu. Isso significa que ele estava a aproximadamente 200 quilômetros de distância de Iguape, onde o crime aconteceu, tornando improvável sua participação no incidente.
O advogado Danilo Reis, responsável pela defesa do educador, argumentou que é impossível o professor ter cometido o crime, pois estava trabalhando na escola onde leciona. Ele ressaltou a impossibilidade de uma pessoa estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mesmo assim, o professor foi preso e submetido a uma audiência de custódia em 17 de junho.
Na audiência, a prisão foi mantida, apesar da alegação da defesa de que o juiz não tinha autoridade para revogar o mandado de prisão. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a prisão foi realizada de forma regular, com base em evidências reunidas sobre o caso.
O comunicado da SSP destacou que a prisão ocorreu na manhã de terça-feira, mediante mandado policial, e que a Justiça ratificou a prisão durante a audiência de custódia. Qualquer suspeita de irregularidade foi direcionada à Corregedoria da Polícia Civil. Danilo Reis expressou pesar pela situação e informou que um pedido de habeas corpus já foi encaminhado ao Tribunal de Justiça de São Paulo.
Ele ressaltou a injustiça da situação, mencionando que o reconhecimento do professor foi influenciado por preconceitos sociais. Mais um exemplo em que, na pressa de identificar um culpado, características como classe social e raça podem levar a equívocos.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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