Com o avanço tecnológico, contas de redes sociais após a morte se tornaram um grande tema.
É surpreendente como em uma rede social as informações continuam circulando mesmo após tanto tempo. O caso de Hayley Smith e seu marido, Matthew, evidencia como lidar com a presença virtual de alguém que não está mais entre nós pode ser desafiador. Ainda mais quando amigos e conhecidos deixam mensagens de aniversário no perfil da pessoa, sem saber da triste notícia.
Plataformas de redes sociais como o Facebook e o Instagram podem se tornar verdadeiros arquivo de memórias digitais, trazendo à tona sentimentos complexos e dilemas práticos. Excluir ou manter ativa a conta de alguém falecido é uma decisão que requer sensibilidade e reflexão. Nesses casos, é essencial encontrar maneiras de preservar a memória do ente querido, enquanto se busca conforto em meio às interações virtuais que permeiam a experiência do luto.
Gerenciando Contas de Rede Social Após a Morte
‘Tentei transformar a conta de Matthew no Facebook em uma página de memorial, e o que é pedido é que você envie a certidão de óbito’, relata a profissional do setor de caridade que vive no Reino Unido. Ela menciona ter tentado isso mais de 20 vezes, sem sucesso, sentindo-se sem energia para lidar com o Facebook e resolver o problema.
A Presença Online Após a Morte
Com o constante avanço da tecnologia e bilhões de usuários em todo o mundo utilizando plataformas de redes sociais, o destino da presença digital de alguém após falecer se tornou um assunto relevante. As contas em redes sociais permanecem ativas até que um familiar informe a plataforma sobre o falecimento da pessoa. Algumas plataformas oferecem a opção de encerrar o perfil após essa notificação, enquanto outras apresentam alternativas.
Quando a Meta, empresa dona do Facebook e Instagram, recebe uma certidão de óbito, a conta do falecido pode ser apagada ou transformada em uma página ‘memorial’. Isso significa que a conta seria preservada no tempo, servindo como uma recordação do usuário. Uma mensagem memorial é exibida ao lado do nome, e o acesso à conta é restrito se não houver um ‘contato de legado’ designado – alguém autorizado a gerenciar o conteúdo ou solicitar o desligamento do perfil.
Abordagens das Plataformas de Redes Sociais
O Google, proprietário do YouTube, Gmail e Google Fotos, permite configurar contas como ‘inativas’ para decidir o destino delas após um período sem uso. Já o X, antigo Twitter, não oferece a opção de manter o perfil em memória do usuário; apenas a desativação é possível em caso de falecimento ou impossibilidade de uso.
Joe Tidy, correspondente de tecnologia da BBC World Service, destaca que, apesar das diferentes abordagens, todas as empresas priorizam a privacidade do falecido. Detalhes de login não são compartilhados, e o acesso a certos dados, como fotos e vídeos, requer solicitações específicas, por vezes judiciais.
Preocupações sobre Perfis Ativos de Usuários Falecidos
Sasa Zivanovic, especialista em crimes cibernéticos e ex-chefe do departamento de crimes de alta tecnologia do Ministério do Interior da Sérvia, adverte sobre possíveis problemas com perfis ativos de usuários falecidos. Dados, fotos e conteúdos podem acabar em mãos erradas, seja por download de informações do perfil ou por assumir o controle da conta.
Diante disso, surge a questão: devemos considerar um legado digital e pensar no futuro de nossas contas de rede social? É um tema relevante em tempos digitais, onde nossa presença online pode perdurar mesmo após nossa partida. A gestão sensata das contas de rede social pode garantir que nossa memória seja preservada de acordo com nossos desejos e garantir a proteção de nossos dados pessoais.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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