Renomado gestor Luis Stuhlberger surpreso com investidores estrangeiros rescinde fundos brasileiros, preocupado mudanças importantes no PLDO, risco fiscal piora. Gestores de carteira reajustam alocação, Banco Central comunicação sobre arcabouço fiscal fácil alterar, Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentários.
O famoso fund Verde, comandado por Luis Stuhlberger, fez ajustes significativos em sua carteira este ano, incluindo a redução da participação em ações brasileiras de 15% para 10% do total.
Investir no mercado de ações pode ser desafiador e trazer resultados variados, pois o cenário econômico muitas vezes apresenta momentos bons e outros mais difíceis. É importante estar atento a essas flutuações para tomar decisões assertivas e alcançar bons retornos no final do ano.
Desafios de um Ano Difícil para os Gestores de Fundos no Brasil
Uma das figuras de destaque entre os gestores de fundos do Brasil enfatizou durante um evento da gestora Verde que o ano corrente tem se revelado como uma jornada marcada pela frustração. O renomado Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset e responsável pelo fundo Verde, expressou sua surpresa diante dos resgates efetuados por investidores estrangeiros na bolsa e sua apreensão diante da piora do risco fiscal no país.
No evento, Stuhlberger fez uma retrospectiva comparativa, mencionando que o ano anterior foi relativamente bom para o fundo, superando o CDI em 1,5%, em contraste com um período difícil para a indústria de fundos multimercados. No entanto, neste ano, o cenário se apresenta de forma desafiadora, com o fundo ainda não conseguindo superar o CDI até o momento.
As mudanças nas expectativas de juros nos Estados Unidos tiveram impacto global, influenciando as projeções das taxas ao redor do mundo e desencadeando a deterioração dos ativos brasileiros devido a eventos inesperados. Stuhlberger destacou o expressivo resgate estrangeiro na bolsa brasileira, algo avaliado em R$ 40 bilhões, como um dos fatos surpreendentes do período.
Agravando o cenário, a piora do risco fiscal no Brasil se apresenta como um desafio para o gestor. Além disso, os ativos que mais contribuíram para as perdas na carteira até o momento foram os títulos de renda fixa atrelados à inflação, os quais foram prontamente liquidados. Stuhlberger relacionou as perdas diretamente à deterioração do cenário fiscal do país.
Reflexões sobre o Arcabouço Fiscal e o PLDO para 2025
Ao analisar a facilidade de mudanças no arcabouço fiscal, Stuhlberger expressou descontentamento com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, divulgado recentemente. Crítico das ideias apresentadas pelo cenário político, afirmou que o arcabouço fiscal adotado pelo governo anterior merecia questionamentos.
O gestor apontou que novas despesas e ampliações foram previstas no PLDO, incluindo programas como Bolsa Família, Pé de Meia e o reajuste do salário mínimo. No entanto, a falta de uma abordagem mais sólida em termos de responsabilidade fiscal causou inquietações no mercado financeiro.
Stuhlberger ressaltou a importância da condução do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante esse período. A expectativa é de que Campos Neto adote uma postura mais rígida na comunicação, considerando as diretrizes econômicas e o impacto do orçamento para o próximo ano. A decisão sobre a taxa de juros programada para amanhã, 8 de dezembro, se torna um ponto crucial nesse contexto.
Desafios e Perspectivas em Meio ao Cenário Volátil
Apesar das observações sobre a desinflação e a resiliência da economia em certos aspectos, o gestor foi contundente ao criticar a abordagem atual do governo em relação às contas públicas. Stuhlberger alertou para o risco de sustos nos ativos se a questão fiscal seguir sendo tratada de forma irresponsável. Ele destacou a volatilidade do mercado acionário brasileiro neste ano, com uma mudança significativa no risco país após a divulgação do orçamento para o próximo exercício.
No cerne das reflexões do gestor, fica evidente sua preocupação com a falta de responsabilidade fiscal e a necessidade de uma postura mais assertiva por parte do governo. Em meio a um ano desafiador, as incertezas e as oscilações no cenário financeiro exigem uma abordagem cautelosa e estratégica por parte dos gestores de fundos no Brasil.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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