Dom Pedro 2º tropeçou em baile, disse “a monarquia tropeça, mas não cai”, no espaço-político de seu reinado.
A realeza sempre esteve presente no cenário brasileiro, em especial durante o reinado de Dom Pedro 2º. Período marcado por mudanças sociais e políticas que conduziram à extinção da monarquia. A data de 9 de novembro de 1889 é um marco na história do Brasil, sendo o dia em que a monarquia foi abolida.
A anedota que se encontra em livros de História se refere a um baile que Dom Pedro 2º participou, e onde supostamente tropeçou e disse que “a monarquia tropeça, mas não cai”. Embora o fato seja questionável, a expressão se tornou uma metáfora daquele momento. A realeza sempre esteve intimamente ligada à monarquia, sendo que, em alguns contextos, foram usados intercambiavelmente. No entanto, é importante lembrar que a monarquia foi abolida, dando lugar à República.
Realeza: Um Legado de Luxos e Crises
A queda da monarquia brasileira foi um processo conturbado, cheio de críticas e descontentamento popular. Menos de uma semana após o baile da Ilha Fiscal, que se tornou um símbolo da opulência da realeza, a República foi proclamada, data comemorada em 15 de novembro. O baile da Ilha Fiscal foi o ápice das festas chilenas, organizadas em comemoração à visita do navio chileno Almirante Cochrane ao Brasil em 1889. Esse evento se tornou emblemático e é frequentemente citado como um exemplo de grande celebração antes de um fim.
A Realeza e a Crise de Imagem
A elite carioca mobilizou-se para recepcionar os oficiais chilenos, com dias de jantares, passeios turísticos, corridas de cavalo e regatas, segundo relatos de pesquisadores. O baile da Ilha Fiscal foi o mais opulento desses eventos, custando 250 contos de Réis, quase 10% do orçamento da Província do Rio. A imprensa fez uma farta cobertura, em grande parte crítica, do evento. Os veículos de comunicação descreviam diariamente os eventos e os preparativos para as festas, e os republicanos questionavam e ironizavam os luxos e gastos.
O Espaço Político e a Cadeia de Crises
A realeza enfrentava uma série de crises que se acumulavam. Desde 1888, o Partido Republicano já tinha representação forte em vários Estados, e uma parte significativa da elite urbana e dos latifundiários queria mais representação política. Além disso, os militares, que haviam vencido a Guerra do Paraguai, queriam mais espaço e estava cada vez mais insubordinados. O programa do chefe do governo, o visconde de Ouro Preto, não enfrentava esses problemas com eficácia, e o último gabinete ministerial havia sofrido uma série de acusações de corrupção. A opulência das festas organizadas para os chilenos caiu especialmente mal na imagem pública do governo.
A Realeza e a Questão da Segurança-Pública
A realeza também enfrentava sérias questões de segurança-pública, com uma elite urbana cada vez mais insatisfeita e militares insubordinados. A articulação entre militares e civis republicanos que levaria à queda da monarquia já estava em andamento. A percepção da realeza como elitista e distante da população aumentou, e o descontentamento popular se intensificou.
A Realeza e o Espaço Militar
O espaço militar também era um ponto de tensão, com militares insubordinados e uma elite urbana cada vez mais insatisfeita. A realeza não conseguia lidar com essas questões de forma eficaz, e o descontentamento popular se intensificou. A opulência das festas organizadas para os chilenos caiu especialmente mal na imagem pública do governo, reforçando a percepção de uma realeza distante e elitista.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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