O vulcão Ol Doinyo Lengai, na Tanzânia, exibe fenômenos de temperatura de fusão diferenciados, desafiando a ciência.
Os vulcões são verdadeiras maravilhas da natureza, capazes de despertar admiração e temor. Cada erupção vulcânica é única, com características e intensidades distintas. A lava que brota desses gigantes vulcânicos pode variar em temperatura, viscosidade e cor, criando paisagens impressionantes.
Em regiões de atividade vulcânica, a presença de vulcões ativos é constante, mantendo as comunidades locais em alerta. A beleza selvagem dessas áreas vulcânicas contrasta com o perigo iminente que representam, lembrando-nos da força indomável da natureza. A vida ao redor de um vulcão ativo é um constante equilíbrio entre a admiração pela sua imponência e o respeito pela sua imprevisibilidade. fenômenos climáticos
Vulcão Ol Doinyo Lengai: O Fenômeno Vulcânico de Paris
Neste quesito, a medalha de ouro (aproveitando o clima dos Jogos Olímpicos de Paris) vai para o Ol Doinyo Lengai, o único vulcão na Terra que expele lava negra e aquosa. O Ol Doinyo Lengai apresenta comportamento diferenciado. Normalmente, as erupções vulcânicas expelem uma lava rica em sílica. Como consequência, o magma tende a ser espesso e pegajoso, com uma temperatura de fusão de mais de 900ºC. Por causa da viscosidade deste material, o gás não pode escapar facilmente das profundezas de um vulcão. Dessa forma, quando as bolhas se formam, a erupção tende a ser explosiva e espetacular. No entanto, o vulcão Ol Doinyo Lengai, localizado na Tanzânia, apresenta um comportamento que desafia o entendimento da ciência.
O Vulcão Ol Doinyo Lengai e Suas Características Vulcanológicas
O Ol Doinyo Lengai fica na Tanzânia e chama a atenção pela lava diferente. O vulcão tem 2.962 metros de altura e é o único do planeta que entra em erupção com lava carbonatada, dando-lhe uma consistência líquida, cor escura e ponto de fusão incrivelmente baixo. Estas características permitem que as bolhas de gás passem. Teoricamente, erupções explosivas não deveriam ocorrer com esse magma, que derrete a 540ªC. No entanto, em setembro de 2007, o vulcão entrou em erupção com tanta força que a explosão formou uma nova cratera de 300 metros de largura. Segundo os cientistas, este comportamento diferenciado continuou até 2008, quando o vulcão voltou a ter erupções mais suaves.
Estudo do Vulcão Ol Doinyo Lengai: Comportamento e Deformações
Nos anos que se seguiram, pesquisadores começaram a analisar a cratera formada e confirmaram que ela está afundando. Usando imagens de satélite para documentar mudanças na topografia ao redor do cume do Ol Doinyo Lengai, os autores do estudo revelaram que uma área de solo medindo cerca de 0,5 quilômetros de diâmetro afundou 3,6 centímetros por ano entre 2013 e 2023. De acordo com o trabalho, publicado na revista Geophysical Research Letters, isso pode ter sido causado por ‘um reservatório de magma raso e esvaziado, a menos de um quilômetro de profundidade abaixo do cume’. Os cientistas explicam que os processos de deformação do cume em vulcões ativos podem levar a um ‘colapso catastrófico’, e é por isso que é tão importante ficar de olho nos estranhos acontecimentos dentro e ao redor do Ol Doinyo Lengai.
Fonte: @Olhar Digital
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