Retorno de treinador ao Palmeiras gera incômodo no futebol feminino por tratamento de Peixe e falta de respeito às mulheres.
Me deparei com a história do assédio quando fui apresentada ao trabalho de Kleiton Lima, um renomado treinador de futebol. Na adolescência, aos 16 anos, sonhava em seguir carreira no esporte, mas logo me vi envolta em situações de assédio. Mesmo sem talento ou habilidade, acompanhei de perto o surgimento das Sereias da Vila, fruto do empenho de Lima.
É essencial combater o assédio sexual e qualquer tipo de comportamento inadequado. A denúncia de assédio é fundamental para proteger as vítimas e criar ambientes seguros e saudáveis. Devemos estar sempre atentos e prontos para agir diante de qualquer indício de assédio em nossa sociedade.
Protocolo de denúncia de assédio no futebol feminino: o caso do Santos
O time que destacou grandes nomes como Marta e Cristiane marcou seu nome na história do futebol feminino, trazendo conquistas e estrutura para as mulheres atletas. Porém, o brilho dessas conquistas foi ofuscado por um caso sério que envolve denúncias de assédio no ambiente esportivo.
O comportamento inadequado levantado pelas 19 jogadoras do Santos em cartas endereçadas ao treinador, no ano anterior, gerou desconforto que não foi devidamente acolhido em um ambiente que deveria ser profissional e acolhedor para as atletas. O retorno do treinador às atividades do clube mesmo após as denúncias levanta questões sobre como o clube lidou com a situação.
Fica a dúvida se o clube de fato encorajou as atletas a seguirem com a denúncia na esfera criminal ou se considerou as denúncias internas suficientes. Essa decisão de inserir mulheres em um ambiente de desconforto, em um time pioneiro no futebol feminino brasileiro, gerou indignação entre diversas jogadoras, inclusive a meia Brena, hoje no Palmeiras.
A recusa da diretoria do Santos em investigar a fundo as acusações e o suposto silenciamento de jogadoras que se manifestaram publicamente revelam um ambiente tóxico para as mulheres no futebol. O desgaste de ter suas vozes negligenciadas, mesmo seguindo o protocolo do próprio clube para denúncias, expõe como a cultura de silenciamento ainda persiste.
O caso das jogadoras santistas evidencia a dificuldade enfrentada pelas mulheres ao denunciar assédio, estupro e violência doméstica. Muitas vezes, a dependência financeira e profissional em relação aos agressores dificulta a denúncia, fechando portas e prejudicando suas carreiras.
A falta de apoio e suporte adequado para as denúncias de assédio perpetua um cenário desolador, não apenas no futebol, mas em toda a sociedade. O silenciamento das vozes femininas é um reflexo de um sistema que carece de medidas efetivas para proteger e empoderar as mulheres vítimas de violência.
Este episódio lamentável evidencia a urgência de mudanças estruturais e de conscientização para combater o assédio e a violência de gênero em todos os âmbitos, incluindo o esportivo. É preciso que clubes e instituições esportivas ajam com responsabilidade e sensibilidade diante de denúncias de comportamento inadequado, garantindo um ambiente seguro e respeitoso para todas as atletas.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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