Queimadas no Brasil aumentam 150% em 2024, com 33,6 milhões de hectares de vegetação nativa e áreas de uso afetadas, superando o período de 2023, quando foram registrados 13,4 milhões, em decorrência das mudanças climáticas, com mais focos de incêndio.
O Brasil enfrenta um desafio ambiental sem precedentes, com 22,38 milhões de hectares queimados entre janeiro e setembro deste ano. Esse número, divulgado pelo MapBiomas, ligado ao Observatório do Clima, é comparável à área do estado de Roraima e reflete um aumento alarmante em relação ao mesmo período de 2023.
Os incêndios que assolam o país não apenas devastam a vegetação, como também causam danos irreparáveis à biodiversidade e à qualidade do ar. O fogo, que se alastra rapidamente, deixa em seu rastro áreas queimadas e incendiadas, levando à perda de habitats naturais e à morte de inúmeras espécies. É fundamental que sejam tomadas medidas eficazes para prevenir essas queimadas e proteger nosso patrimônio ambiental.
Queimadas no Brasil: um problema em escala
Os dados recentes mostram que 51% dos locais afetados por queimadas este ano estão localizados na Amazônia. Além disso, três em cada quatro hectares queimados eram de vegetação nativa, principalmente formações florestais, que ocupavam 21% da área queimada. Já as áreas de uso agropecuário foram severamente afetadas, com 4,6 milhões de hectares de pastagens plantadas queimadas.
A região da Amazônia Legal, que inclui os estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins, responde por 56% dos locais atingidos. Essa área é comparável ao tamanho de Roraima, de acordo com o MapBiomas. Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, destaca que o período de seca na Amazônia, que normalmente ocorre de junho a outubro, tem sido particularmente severo este ano, agravando ainda mais a crise dos incêndios na região.
Setembro: o mês com maior pico de queimadas
Setembro foi o mês com maior pico de queimadas, com 10,65 milhões de hectares incendiados. Esse valor representa um aumento de 90% em relação a agosto (5,65 milhões). Além disso, o Cerrado foi o segundo bioma mais afetado pelo fogo em setembro, com 4,3 milhões de hectares queimados. Segundo o MapBiomas, essa é a maior área queimada em um mês de setembro nos últimos cinco anos, com 64% a mais que a média histórica para o período.
Brasil lidera o ranking global de focos de incêndio
O Brasil lidera o ranking global de focos de incêndio no mês de setembro, de acordo com dados do Programa Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Entre 1º e 25 de setembro, foram registrados 77,3 mil incêndios em todo o território nacional, o que representa 31% do total mundial. Isso significa uma média de 3 mil incêndios por dia no país. Diante dessa crise, o governo articula medidas para combater e prevenir os incêndios.
Fonte: © A10 Mais
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