Pesquisa mostra que percepção sobre idade iniciando a idade adulta mudou recentemente, podendo gerar efeitos bons e ruins para idosos: percepção, idade, idade percebida, gerações, esperança de vida, medicina, condições sanitárias, saúde, solidão, instituições sociais, pessoas, idade real.
Ao perguntar ‘Com qual idade você descreveria alguém como velho?’, os pesquisadores alemães e americanos exploraram a percepção de idade inicial da velhice e como ela varia entre os diferentes grupos etários. Eles analisaram a forma como indivíduos de distintas gerações entendem o processo de envelhecimento e quais fatores influenciam sua visão a respeito.
O estudo revelou que a idade percebida como o início da velhice pode variar significativamente entre pessoas de idades diferentes. A compreensão de idade e o contexto cultural foram apontados como elementos-chave na definição da idade de velhice por indivíduos de diferentes origens. Afinal, a sociedade desempenha um papel fundamental na construção da idade considerada como sendo o limiar para a velhice.
Impacto das mudanças na percepção de idade inicial da velhice
Um estudo recente revelou que a percepção de idade inicial da velhice tem se alterado ao longo das gerações. O aumento da expectativa de vida, devido aos avanços na Medicina e nas condições sanitárias, tem desempenhado um papel importante nessa mudança de percepção. Os dados coletados de 14 mil alemães nascidos entre 1911 e 1974 mostraram que as novas gerações tendem a considerar a velhice como um estágio que começa mais tarde na vida.
Ao longo de um período de 25 anos, os participantes do estudo foram questionados várias vezes sobre qual idade consideravam como o início da velhice. Os resultados revelaram que as pessoas nascidas em décadas mais recentes tendem a acreditar que a velhice começa em idades mais avançadas comparadas às gerações passadas.
Markus Wettstein, pesquisador responsável pelo estudo, destacou que as melhorias na saúde e nas condições de vida têm influenciado diretamente na forma como as pessoas percebem a velhice. O aumento da idade percebida como início da velhice reflete não apenas mudanças individuais ao longo do tempo, mas, também, diferenças de percepção entre gêneros e condições de saúde.
As mulheres, por exemplo, tendem a considerar que a velhice começa dois anos mais tarde do que os homens. Além disso, os participantes que relataram problemas de saúde ou solidão tinham uma percepção de início da velhice mais precoce em comparação àqueles com melhor estado de saúde e mais relações sociais.
Essa mudança na percepção pode impactar a forma como os indivíduos encaram o processo de envelhecimento. A postura diante do próprio envelhecimento pode ser influenciada pela maneira como se percebe o início da velhice, o que pode trazer tanto implicações positivas quanto negativas.
É interessante notar que a percepção da idade real da velhice varia de acordo com a idade e experiências de vida de cada pessoa. À medida que envelhecemos, tendemos a ajustar a nossa visão sobre o que significa ser considerado velho. Essa dinâmica complexa entre idade percebida, idade real e as transformações sociais e individuais ressalta a importância de se compreender as nuances da experiência do envelhecimento.
Fonte: @ Estadão
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