Cabos submarinos são fundamentais para 99% das comunicações digitais, mas rompem-se com frequência. O deslizamento de terra ou a turbidez de corrente pode causar danos. Para consertar, é necessário um submarino que enfrente o fluxo descendente e se adequar ao padrão misterioso de ondas.
Às 17h30 do dia 18 de novembro de 1929, o chão começou a tremer na costa da Península de Burin, no Canadá. O terremoto de magnitude 7,2 causou panico entre os moradores locais, que notaram apenas alguns danos iniciais, como chaminés derrubadas. Nesse momento, o serviço-de-emergência foi acionado para avaliar a extensão do dano.
A medida que a situação se tornava mais instável, a força invisível no mar começou a se manifestar. O serviço de emergência recebeu inúmeras ligações relativas a danos e perdas no mar, tanto em navios quanto em casas costeiras. Muitos viveram em impacto com a perda total de suas casas, deixando-os sem abrigo. O serviço público também foi afetado, pois muitos serviços foram interrompidos, deixando as pessoas sem acesso a recursos essenciais. A sociedade ficou chocada com as consequências do serviço-de-emergência e começou a trabalhar em conjunto para reconstruir as áreas afetadas.
Impactos da catástrofe: Morte e destruição na Península de Burin
Por volta de 19h30, um tsunami de 13 metros de altura atingiu a costa da Península de Burin, afetando profundamente a comunidade local. O desastre resultou em 28 vítimas fatais, devido a afogamentos ou ferimentos causados pelas ondas. A devastação causada pelo terremoto não ficou restrita apenas às comunidades locais, mas também teve um efeito duradouro no mar, desencadeando um deslizamento de terra submarino, denominado corrente de turbidez.
Deslizamento de terra submarino: um fenômeno desconhecido
Na época, a existência de deslizamentos de terra submarinos era desconhecida, pois ninguém sabia que tais eventos ocorriam no mar. No entanto, registros históricos sugestionam que as pessoas não perceberam a gravidade do deslizamento de terra, pois a água fica mais densa quando os sedimentos são agitados por terremotos e outras atividades geológicas, gerando um fluxo descendente, semelhante a uma avalanche de neve montanha abaixo.
Fluxo descendente e corrente de turbidez: uma jornada de 1.000 km
O deslizamento de terra submarino, que se tornou conhecido como corrente de turbidez, fluiu por mais de 1.000 km de distância do epicentro do terremoto, a uma velocidade que variou de 11 a 128 km/h. Esse fenômeno natural fascinante foi registrado por cabos submarinos transatlânticos, que se romperam em 28 lugares, ao longo de uma área de mais de 500 quilômetros de distância do epicentro. A ruptura dos cabos não foi imediata, ocorrendo em um padrão misterioso de ondas, de 59 minutos após o terremoto até 13 horas e 17 minutos depois.
Um desafio científico: entender o deslizamento de terra
Os cientistas começaram a investigar o fenômeno, perguntando-se por que os cabos se romperam em sequência, ao longo de uma área tão grande e em intervalos que pareciam diminuir com a distância do epicentro. Só em 1952 que eles descobriram que um deslizamento de terra os atingiu, e que os cabos que se romperam traçaram seu movimento pelo fundo do mar. Esse conhecimento abriu caminho para uma melhor compreensão dos movimentos oceânicos acima e abaixo da superfície.
Uma descoberta acidental: correntes de turbidez
Os cabos submarinos que se romperam se tornaram instrumentos científicos acidentais, registrando o fenômeno natural das correntes de turbidez. Essa descoberta foi um marco importante, abrindo novos horizontes para a pesquisa científica e permitindo espiar o fundo do mar como nunca antes. Além disso, a rede global de cabos de águas profundas se expandiu, resultando em outras descobertas científicas surpreendentes, que têm impactado nossas vidas cotidianas.
Uma rede complexa: a vida depende da internet
À medida que a rede global de cabos de águas profundas se expandiu, nossa vida cotidiana, rendimentos, saúde e segurança se tornaram cada vez mais dependentes da internet. Em última análise, nossa capacidade de comunicar em velocidade recorde é baseada nessa complexa rede de cabos submarinos. Mas o que acontece quando eles se rompem?
Fonte: © G1 – Tecnologia
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