Em 2025, biofábrica entra em funcionamento; Ministério da Saúde planeja duas semelhantes, em Ceará e Paraná. Produz bactérias Wolbachia, combatendo dengue e outras arboviroses. Primeira fase em municípios mineiros. Capacidade: 60 milhões de mosquitos/mês. Incidência de dengue: reduções de 90%. WPM patente. Fiocruz produz mosquitos. Expansão para Paraná, Ceará. (142 caracteres)
O estado de Minas Gerais deu início, nesta segunda-feira, 29, a uma nova unidade de produção de mosquitos modificados, conhecidos por conter a Wolbachia (os Wolbitos), uma bactéria capaz de impedir a propagação de arboviroses dos vetores para os seres humanos, com destaque para a dengue.
Essa iniciativa inovadora visa combater de forma eficaz a disseminação de doenças transmitidas por insetos modificados, proporcionando mais segurança e bem-estar à população. A implantação dessa tecnologia pioneira representa um grande avanço na área da saúde pública, promovendo soluções sustentáveis e inteligentes no controle das enfermidades causadas pela proliferação de mosquitos modificados.
Produção de Mosquitos Modificados: Uma Nova Abordagem Contra as Arboviroses
A produção dos mosquitos modificados, utilizando a bactéria Wolbachia, é um avanço tecnológico que promete revolucionar a forma como lidamos com a transmissão de arboviroses, como a dengue, pelos vetores aos humanos. Nesse sentido, a criação de uma biofábrica dedicada à produção desses insetos modificados representa um marco no combate a essas doenças.
Na primeira fase desse inovador projeto, os mosquitos Aedes aegypti infectados com a Wolbachia serão liberados em Brumadinho e em 21 municípios da Bacia do Rio Paraopeba, incluindo Belo Horizonte. Essa iniciativa conta com investimentos provenientes do acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Vale em 2019, que resultou em uma tragédia com 272 vítimas fatais.
A biofábrica, com um investimento inicial de cerca de R$ 20 milhões, tem previsão de atingir uma capacidade de produção de 60 milhões de mosquitos por mês. Essa iniciativa está sendo financiada pelo governo mineiro, com a Vale assumindo os custos operacionais por cinco anos, incluindo a montagem dos equipamentos necessários.
Os resultados preliminares são promissores, com relatos de reduções de até 90% na incidência da dengue em áreas onde os mosquitos modificados foram liberados. Além disso, os benefícios se estendem a outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como zika e chikungunya.
A metodologia utilizada no Brasil é conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde e governos locais, desde 2014. O World Mosquito Program (WPM), detentor da patente desse método inovador, tem impulsionado a produção e liberação dos mosquitos Wolbitos, com resultados promissores em diversas cidades.
Com planos de expansão para outros estados, como Paraná e Ceará, a expectativa é ampliar o alcance dessa tecnologia inovadora para combater as arboviroses em todo o país. A aquisição de toda a produção de mosquitos da Fiocruz pelo Ministério da Saúde evidencia o compromisso das autoridades em adotar estratégias eficazes no controle dessas doenças.
Em um cenário onde a incidência da dengue atinge números alarmantes, a implementação de iniciativas como a produção de mosquitos modificados se mostra como uma alternativa promissora e eficaz para reduzir o impacto dessas enfermidades na população. A tecnologia dos mosquitos modificados com Wolbachia representa um avanço significativo no controle dessas doenças, trazendo esperança para um futuro com menos casos e mais saúde para todos.
Fonte: @ Estadão
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