“1ª Estudo: Pretas compõem 22% de pessoas solas na última década no Brasil, contra 14% brancas (Perfil Demográfico). Só familia e responsabilidades atuam em 17,8% dos mercados de trabalho, entrando como mães solas (percentual de atuação).”
Uma pesquisa revelou que 26% das mulheres advogadas são mães solas, responsáveis por cuidar sozinhas de seus filhos. O levantamento apontou que o ‘PerfilADV – 1º Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira’ trouxe à tona essa realidade. Em contrapartida, entre os homens advogados, o percentual é bem menor, atingindo somente 8%.
Essa pesquisa demonstra a realidade vivenciada pelas mães solas não só na advocacia, mas em diversas áreas profissionais. O desafio de conciliar a carreira e a maternidade é evidente, mas cada vez mais essas mulheres estão se destacando e superando obstáculos. O apoio e a valorização das mães solas são essenciais para promover a igualdade de oportunidades e o empoderamento feminino.
Desafios e Superação das Mães Solas no Brasil
Outro dado relevante apresentado no estudo é que o percentual de pais ou mães solo é mais elevado entre pessoas pretas: 22%, em comparação com 14% entre os brancos. Esses números refletem as diferenças demográficas e socioeconômicas existentes no país. A realidade das mães solas, ou mães solo, como preferir chamar, envolve uma jornada árdua, muitas vezes exaustiva e solitária, como destaca o caso inspirador de Juliana Aparecida Morais Dias, advogada trabalhista com 10 anos de atuação na área de família e sucessões.
Juliana é um exemplo de determinação e superação, enfrentando a maternidade solo logo no início de sua carreira. Ela compartilhou sua história ao Migalhas, revelando os desafios que enfrentou ao equilibrar a criação de seu filho, Gabriel, com sua atuação profissional. Juliana não desistiu de seus objetivos, mesmo diante das adversidades, e seguiu em frente, mostrando que é possível conciliar a vida profissional com a maternidade solo.
A atuação das mães solas no Brasil tem sido objeto de estudos, como o 1º Estudo Demográfico sobre a Perfil e a Atuação das Mães Solas no país, conduzido por Janaína Feijó. Essa pesquisa, realizada no ano passado, revelou um aumento de 17,8% no número de mães solo na última década, totalizando 11,3 milhões em 2022. No entanto, o estudo também apontou que essas mulheres enfrentam dificuldades significativas para ingressar no mercado de trabalho.
O termo ‘solo’ não se refere apenas à ausência de um parceiro, mas sim à responsabilidade exclusiva que recai sobre a mãe. Mais de 70% das mães solas vivem apenas com seus filhos, sendo a maioria mulheres negras, principalmente concentradas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Essas mães enfrentam desafios únicos, como a falta de apoio e a sobrecarga de responsabilidades, o que pode impactar sua participação no mercado de trabalho.
Janaína Feijó destacou as lutas diárias dessas mães, que muitas vezes enfrentam a jornada sozinhas, sem uma rede de apoio sólida. A ausência de um parceiro para compartilhar as responsabilidades parentais torna a tarefa ainda mais desafiadora, refletindo uma realidade que exige suporte e políticas públicas adequadas para garantir o bem-estar e o empoderamento dessas mães guerreiras em nossa sociedade.
Fonte: © Migalhas
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