Com o avanço da IA, tribunais brasileiros preverão usar tecnologia para resumir décadas de processos e elaborar minutas e termos: IA, decisão, trabalho de processamento, temas, precedentes vinculantes, sistemas, riscos, contra-informação falsa.
Com a evolução da inteligência artificial, o Poder Judiciário do Brasil em breve contará com a tecnologia para agilizar processos e redigir minutas de decisões. A expectativa é que tais ações reduzam significativamente o tempo de tramitação dos processos. Luís Roberto Barroso marca presença na abertura da J20, encontro que reúne representantes das Supremas Cortes dos países do G20.
No contexto da inteligência artificial avançada, a utilização da tecnologia de aprendizado de máquina promete revolucionar a forma como o Judiciário opera. A implementação de sistemas baseados em IA tem o potencial de otimizar ainda mais os processos e aumentar a eficiência na elaboração de decisões judiciais. A presença de Luís Roberto Barroso na J20 destaca a importância da inovação tecnológica no âmbito jurídico.
Uso da Inteligência Artificial no Judiciário: Avanços e Desafios
O presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luís Roberto Barroso, destacou a importância da inteligência artificial (IA) no aprimoramento do sistema judiciário. Durante o encerramento do J20, encontro de representantes das Supremas Cortes dos países do G20, Barroso ressaltou que o STF já utiliza IA para organizar processos por temas e verificar a relevância de recursos em relação a precedentes vinculantes.
Barroso enfatizou a necessidade de aprofundar o uso da IA na identificação e respeito aos precedentes, visando uma maior eficiência na análise de casos. Ele mencionou a possibilidade de desenvolver sistemas que resumam processos de forma precisa, sob supervisão judicial, o que poderia agilizar a tramitação de milhões de processos em curso no Brasil.
Para o ministro, a IA representa uma ferramenta poderosa para otimizar a tomada de decisão no judiciário, permitindo que casos complexos sejam sintetizados de forma mais rápida e eficaz. Ele vislumbra um futuro próximo em que a primeira versão de uma decisão judicial seja elaborada por IA, dada sua capacidade de processar grandes volumes de informações em tempo recorde.
No entanto, Barroso também alertou para os riscos associados à IA, como a possibilidade de eliminação de empregos, uso indevido em conflitos armados, propagação de preconceitos e disseminação de desinformação em larga escala. Para mitigar esses riscos, ele defendeu a necessidade de uma regulação ética da IA, que proteja os direitos fundamentais e promova a transparência na utilização dessa tecnologia.
Durante o evento, o presidente da Suprema Corte da Índia, Dhananjaya Yeshwant Chandrachud, compartilhou a experiência de seu país no uso de IA para traduzir decisões judiciais e combater notícias falsas. Barroso considerou a possibilidade de adotar um modelo semelhante no Brasil, mas ressaltou os desafios de lidar com a desinformação de forma eficaz em meio a milhões de postagens diárias.
Apesar dos avanços, Barroso destacou a importância da colaboração das plataformas digitais no combate às fake news, citando casos de desinformação durante as enchentes no Rio Grande do Sul. Ele reconheceu uma melhora no comportamento das empresas de tecnologia, mas reiterou a necessidade de uma abordagem mais proativa para garantir a integridade da informação na era da IA.
Fonte: © Conjur
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