O Tribunal não endossa o comportamento do magistrado em que vai apurar o episódio de discurso feminista.
‘Deixo claro que em nenhum momento houve a intenção de desmerecer.’ Foi o que afirmou o juiz Luis Cesar de Paula Espindola, do TJ/PR, em comunicado, após a repercussão de um vídeo de julgamento no qual ele declara que ‘as mulheres estão enlouquecidas atrás dos homens’, afirmou o juiz.
Na sequência, o magistrado reiterou sua posição, destacando o respeito à ética e à imparcialidade que norteiam suas decisões no exercício da função de juiz. Sua fala gerou debates acalorados sobre o papel do juiz na sociedade contemporânea, ressaltando a importância da sensibilidade e do cuidado nas palavras proferidas, enfatizou o magistrado. comportamentos inadequados
Juiz critica ‘discurso feminista’ em caso de medida protetiva
Ao abordar um caso envolvendo uma medida protetiva para uma garota de 12 anos que se sentiu assediada por um professor, o juiz fez comentários polêmicos relacionados ao ‘discurso feminista’, sugerindo que as mulheres estariam buscando ativamente relacionamentos. Em sua declaração, publicada no site do Tribunal, ele reiterou seu apoio à igualdade de gênero. No entanto, o Tribunal emitiu uma declaração separada, dissociando-se dos comentários feitos pelo magistrado e anunciando uma investigação preliminar. A Comissão de Igualdade e Gênero do TJ/PR também se manifestou, repudiando o incidente e destacando a necessidade de combater a prática generalizada de assédio.
O episódio em questão expõe a persistência de opiniões preconceituosas, atitudes discriminatórias e comportamentos desrespeitosos dentro desse setor específico da sociedade brasileira. Revela a presença arraigada de conceitos misóginos e práticas predatórias contra mulheres, crianças e adolescentes. Isso ressalta a importância de abordar tais questões e promover a igualdade de gênero em todos os níveis da sociedade.
É relevante lembrar que o mesmo desembargador foi condenado em 2023 pela Lei Maria da Penha por violência doméstica contra sua irmã e mãe. Esses eventos destacam a necessidade contínua de combater a misoginia e proteger os direitos das mulheres em todas as esferas da sociedade.
Notas Públicas e Esclarecimentos
A nota pública do desembargador Luis Cesar de Paula Espindola enfatiza sua defesa histórica da igualdade de gênero e lamenta qualquer mal-entendido decorrente de suas declarações. Ele expressa solidariedade com aqueles que se sentiram ofendidos pela divulgação parcial do vídeo da sessão.
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná emitiu uma nota de esclarecimento, rejeitando os comentários do desembargador e anunciando uma investigação interna de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CNJ. A instituição reafirma seu compromisso com a não discriminação e a valorização da diversidade em seus mais de 132 anos de história.
A Comissão de Igualdade e Gênero do TJPR também se pronunciou, condenando veementemente o comportamento do desembargador e destacando a importância de promover um ambiente judicial inclusivo e respeitoso para todas as partes envolvidas. Essas declarações refletem a necessidade de abordar questões de gênero e garantir a equidade no sistema judiciário.
Fonte: © Migalhas
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