Militares avaliaram que a venda da Avibras para a DefendTex seria problema menor.
O governo do presidente Jair Bolsonaro está empenhado em evitar que a Avibras seja adquirida pela chinesa Norinco e solicitou apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para encontrar uma empresa brasileira — ou um ‘pool’ de empresas — interessadas em assumir suas operações. Inicialmente, havia a percepção de que a venda da Avibras para a australiana DefendTex não seria um grande problema, mas as negociações não avançaram e a Norinco se destacou no processo.
A preservação do controle nacional sobre a Avibras é crucial para a segurança e soberania do país, sendo fundamental encontrar uma solução que envolva empresas brasileiras comprometidas com o desenvolvimento tecnológico e estratégico do setor de defesa. A busca por alternativas viáveis para manter a Avibras sob domínio nacional é uma prioridade do governo, que busca garantir a continuidade das operações da empresa e a proteção de interesses estratégicos do Brasil. presidente Jair Bolsonaro
Propostas de Compra da Avibras por Empresas Brasileiras
Lula entrou pessoalmente nas discussões. Nesta semana, o BNDES conduzirá conversas com potenciais interessados e estuda uma forma de financiar a aquisição da Avibras por um grupo ou um consórcio brasileiro, segundo relatos feitos à CNN por auxiliares diretos do presidente.
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Fundada em 1961 por um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Avibras tornou-se um dos principais símbolos da indústria de defesa brasileira. Ela tem sede em Jacareí (SP) e foi uma das pioneiras no país de equipamentos bélicos de ponta, como mísseis e lançadores de foguetes. Hoje a empresa é controlada e presidida por João Brasil Carvalho Leite, filho de um dos fundadores, e está em recuperação judicial. Suas dívidas ultrapassam R$ 600 milhões e há um acúmulo de problemas trabalhistas.
Reformas e Aquisições na Avibras
É consenso, na cúpula do Exército, que a situação não pode continuar como está. O ponto alto da parceria da força terrestre com a Avibras gira em torno do projeto estratégico Astros. O Astros tem como objetivo dotar a força com um sistema de foguetes de artilharia com longo alcance e elevada precisão. A maior pendência do projeto é a entrega do míssil tático de cruzeiro AV-MTC, que permitiria à artilharia do Exército atingir um alvo a 300 quilômetros de distância com erro de no máximo nove metros. Apenas 11 países detêm essa capacidade atualmente. No caso do Brasil, faltam quatro testes — o que poderia ocorrer em um horizonte de dois anos — para a certificação do produto.
Consórcios Brasileiros e Aquisições da Avibras
Na avaliação reservada de altos oficiais ouvidos pela CNN, trata-se de um equipamento tão importante para o poder dissuasório do Exército quanto os novos caças Gripen para a Força Aérea Brasileira (FAB) ou o futuro submarino nuclear para a Marinha. É a mesma categoria dos mísseis Tomahawk americanos, largamente usados na Guerra do Iraque e em bombardeios na Síria. Eles são guiados por GPS e, pela alta precisão, causam danos colaterais mínimos. Por isso, os militares consideravam que o pior cenário é a permanência da situação pré-falimentar da Avibras e viam a possibilidade de compra pela DefendTex como um ‘mal menor’. A perspectiva, no entanto, mudou com o fim da tratativas com a empresa australiana e o forte interesse da Norinco. No governo, a percepção é de que o projeto dos chineses para a Norinco é mais abrangente e pode significar uma mudança significativa para o futuro da empresa. Há dois riscos identificados pelo governo e pelos militares: Os Estados Unidos podem vetar a integração de equipamentos e sistemas incorporados pela Avibras, pelo simples fato de que ela teria controle chinês. O Brasil
Fonte: @ CNN Brasil
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