Pesquisa de Unifesp e Instituto do Sono revelou: homocisteína no sangue elevada correlacionada a apneia, obstrução do sono, risco agravamento, garganta musculatura, recorrentes interrupções. Níveis sangüíneos de aminoácido homocisteína aumentados.
A medição dos níveis sanguíneos de um aminoácido conhecido como homocisteína pode ser útil para antever a possibilidade de alguém desenvolver apneia do sono – um distúrbio que se caracteriza por pausas repetidas na respiração durante o sono devido ao relaxamento dos músculos da garganta.
Além disso, a apneia obstrutiva do sono é uma das formas mais comuns desse distúrbio respiratório, podendo afetar a qualidade do sono e, consequentemente, a saúde geral do indivíduo. Manter-se alerta aos possíveis sintomas e buscar ajuda médica especializada são passos essenciais para lidar com a apneia do sono de forma eficaz e melhorar a qualidade de vida.
Estudo sugere relação entre apneia do sono e níveis sanguíneos de homocisteína
Esse simples exame de sangue pode ainda ajudar o médico a predizer o risco de agravamento do distúrbio em pacientes já acometidos pela forma leve ou moderada. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto do Sono e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com apoio da FAPESP. Os dados foram divulgados em abril no European Archives of Oto-Rhino-Laryngology.
Ainda não sabemos se é a apneia do sono que causa a elevação da homocisteína no sangue ou se é o nível aumentado desse aminoácido que agrava a apneia. Nossa hipótese é que seja uma correlação bidirecional’, explica Monica Levy Andersen, professora da Unifesp e coordenadora da pesquisa.
Seria interessante que mais médicos, de todas as especialidades, pedissem esse exame no check-up de pacientes acima de 40 anos. É algo simples e que não onera o SUS (Sistema Único de Saúde). E os resultados poderiam, no mínimo, fornecer mais informações sobre essa correlação, defende a autora.
Importância da apneia obstrutiva do sono na saúde
A apneia obstrutiva do sono já é uma preocupação médica devido aos riscos associados. Com interrupções recorrentes na respiração durante o sono, esse distúrbio pode acarretar em diversos problemas de saúde, incluindo hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca. Além disso, a apneia obstrutiva do sono acelera o envelhecimento celular e aumenta o risco de várias doenças, tornando fundamental a investigação de possíveis fatores de agravamento.
A homocisteína, um aminoácido presente no corpo, pode desempenhar um papel nesse cenário, como sugerem estudos recentes. A elevação dos níveis sanguíneos de homocisteína está associada a alterações nos vasos sanguíneos, podendo predispor a condições cardiovasculares graves, como doença coronariana e acidente vascular encefálico.
Explorando a relação entre a apneia do sono e a homocisteína
Para investigar melhor a correlação entre a apneia do sono e os níveis sanguíneos de homocisteína, a equipe liderada por Andersen selecionou voluntários do Estudo Epidemiológico do Sono para avaliação. Utilizando o índice de apneia e hipopneia (IAH) como indicador, os pesquisadores buscaram compreender como as obstruções respiratórias durante o sono podem influenciar os níveis de homocisteína no sangue.
A obstrução do sono, especialmente a apneia obstrutiva do sono, pode desencadear eventos prejudiciais à saúde, levando a complicações significativas. A conexão entre a musculatura da garganta e as interrupções na respiração durante o sono desempenha um papel crucial nesse quadro, podendo afetar não apenas a qualidade do sono, mas também a saúde geral do indivíduo.
A compreensão da correlação entre a apneia do sono e os níveis sanguíneos de homocisteína é essencial para identificar potenciais estratégias de intervenção e prevenção. Ao avaliar essa relação de forma mais aprofundada, os profissionais de saúde podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por esse distúrbio do sono, contribuindo para abordagens terapêuticas mais eficazes e personalizadas em sua gestão.
Fonte: @ Veja Abril
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