Thiago Piau, ex-CEO da Stone e agora na Teya (ex-Salt), junta-se aos acionistas da BPool, plataforma de marketing de Beto Sirotsky e Daniel Prianti. Novos planos financeiros em desenvolvimento.
Uma nova fintech brasileira está chamando a atenção no mercado de investimentos. A BPool, plataforma que conecta grandes anunciantes a empresas do setor criativo, acaba de receber um aporte do empreendedor Thiago Piau, ex-CEO da Stone. Piau, atualmente à frente da Teya, uma startup financeira europeia, enxerga na BPool um potencial semelhante ao da empresa que comandou no Brasil.
Esse investimento mostra como as empresas de tecnologia financeira estão ganhando destaque globalmente. A BPool, que tem clientes como Unilever, Google e L’Oréal, demonstra o potencial das fintechs em revolucionar o mercado tradicional. A parceria com Thiago Piau, agora envolvido com a Teya na Europa, fortalece ainda mais a presença da empresa brasileira no cenário internacional.
BPool: Parceria estratégica visando crescimento como fintech
O aporte traz para a base de acionista da empresa de tecnologia financeira fundada por Beto Sirotsky e Daniel Prianti um executivo com grande experiência em pagamentos, em um momento em que a BPool se prepara para oferecer serviços financeiros. ‘Piau é um investidor estratégico e está nos ajudando a abrir novas avenidas de crescimento’, diz Sirotsky, em entrevista ao NeoFeed.
A aproximação com Piau aconteceu quando a BPool começou a pensar em investir em serviços financeiros em sua plataforma. Sirotsky, que estava próximo da Stone, resolveu levar a ideia para Piau, um homem de confiança de André Street, o fundador da Stone. O objetivo era ouvir sua opinião. Mas o executivo gostou tanto da ideia que resolveu investir na BPool – o valor do aporte não é revelado.
Foco na transformação em fintech e no crescimento da BPool
Hoje, de acordo com Sirotsky, Piau tem ajudado na estratégia para que a startup se torne uma fintech. Uma das características da relação entre grandes anunciantes e empresas do setor criativo é o prazo de pagamento, que, muitas vezes, são superiores a 90 dias.
A BPool está trabalhando para oferecer um serviço de antecipação de recebíveis para esse público, uma nova oferta que pode aumentar a receita da startup em até 20% em 2025, segundo os cálculos de Prianti. ‘A gente vê muita empresa de tecnologia que começa ir para uma veia fintech. Esse é um caminho muito fértil’, afirma Prianti. No ano passado, a BPool movimentou um GMV de R$ 115 milhões.
Expansão dos serviços financeiros e avaliação dos processos
A estimativa é que, neste ano, a plataforma consiga transacionar R$ 200 milhões – uma parte desse valor fica com a startup por intermediar a transação. Neste momento, a BPool está rodando um MVP (Minimum Viable Product) com volumes baixos para fazer a modelagem do produto de antecipação de recebíveis e para desenhar interfaces de propostas automatizadas às agências.
Prianti, ao mesmo tempo, está conversando com bancos e analisando a forma como a BPool vai atuar com serviços financeiros. A captação de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) não está descartada e é uma das opções que está em análise.
Consolidação no mercado e estratégia de crescimento
‘Estamos fazendo, a princípio, para atender a nossa própria demanda, mas pode ser estendido para o mercado publicitário e de marketing’, afirma Prianti. Como as empresas que contratam os serviços de marketing da BPool são grandes empresas, o risco de fornecer crédito é considerado baixo.
A startup, através de sua plataforma, consegue também acompanhar o desenvolvimento das entregas, como também tem uma avaliação de cada de serviço prestado. Os fundadores da BPool: Daniel Prianti (à esq.) e Beto Sirotsky ‘São mais de 1,5 mil projetos. As notas variam de 0 a 5 e a maioria é 4,7 e 4,8. Isso nos ajuda a entender esses processos de adiantamento de recursos’, afirma Sirotsky.
Desafios enfrentados e estratégias adotadas
Um primeiro teste dessa vertente financeira da BPool aconteceu com o lançamento do BPay, que acelera pagamentos de fornecedores sem a necessidade de novos cadastros, o que reduz taxas e evita também bitributações. Breakeven e nova rodada No ano passado, a BPool buscou uma nova rodada de investimento. Mas diante das condições adversas de mercado, a startup optou por segurar o aporte.
A BPool já captou aproximadamente R$ 20 milhões e tem como sócios a Chromo Invest, gestora que surgiu do family office de Jayme Sirotsky, um dos fundadores do grupo de comunicação RBS, e a Quartz, fundo de venture capital de José Galló, um nome histórico da varejista Renner. A estratégia foi chegar ao breakeven, o que foi conquistado em 2023.
Expansão internacional e perspectivas de crescimento
Ao mesmo tempo, a BPool não tirou o pé do acelerador para manter o crescimento. ‘Resolvermos segurar a rodada. Com a empresa crescendo nesse nível, as oportunidades iriam surgir’, relembra Sirotsky. Atualmente, a BPool conta com 70 clientes e 1.500 agências especializadas e independentes em sua plataforma.
Além disso, oferece curadoria para a contratação de mais de 4 mil profissionais por meio da Ollo, plataforma de freelancers comprada em 2022. Presente em 10 países da América Latina, o México é o principal mercado da companhia depois do Brasil.
Meta de captação de investimentos e projeções futuras
A BPool está presente também nos Estados Unidos, onde abriu uma operação no fim de 2021, que é comandada por Matheus Barros, que é sócio também da startup. Em 2024, os planos da BPool são o de voltar ao mercado em busca de capital. O fato de acrescentar um componente fintech ao seu modelo de negócios pode ser um aliado nas negociações.
Relacionados A brasileira BPool quer ligar as pontas do marketing. Agora também nos EUA Um Sirotsky quer ligar as pontas do marketing (e recebeu R$ 5 milhões para fazer isso)
Fonte: @ NEO FEED
Comentários sobre este artigo