Estudo da Fiocruz: Taxa de mortalidade materna duplou em 2021 vs. tendência pré-pandemia de Covid. Discrepância em óbitos observados vs. esperados. Efeitos pandemia: acesso cuidados pré-natais, parto e puerpério. Razão de mortalidade materna nacional: 1,96% > média pré-2021. Meta: reduzir mortes maternas. (142 caracteres)
A taxa de mortalidade-materna mais do que dobrou em 2021 em comparação com a tendência pré-pandemia da Covid, conforme revelado por um estudo inédito da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado nesta segunda-feira (29) na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. É crucial que sejam implementadas medidas urgentes para combater a mortalidade-materna, visando proteger a vida das mulheres durante o parto e pós-parto.
Além disso, a conscientização sobre os fatores que contribuem para as mortes-maternas é essencial para reduzir essas estatísticas preocupantes. A comunidade médica e os órgãos de saúde devem se unir para desenvolver estratégias eficazes que possam prevenir o aumento da mortalidade materna e garantir um atendimento seguro e adequado para as gestantes. Nenhuma mulher deve perder a vida devido a complicações durante a gravidez ou o parto, e é fundamental agir rapidamente para reverter esse quadro alarmante.
Impacto da Pandemia na Mortalidade Materna
O estudo recente investigou o crescimento significativo do número de mortes de mulheres grávidas e puérperas em 2020 e 2021, em contraste com dados de mortalidade materna e mulheres não grávidas em idade fértil de anos anteriores. Utilizando informações do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) dos óbitos maternos entre 2015 e 2021 e dados do Sipev-Gripe, observou-se um preocupante excesso de mortes maternas, totalizando 3 mil óbitos, mesmo considerando um aumento esperado devido à pandemia.
Desafios da Mortalidade Materna Durante a Pandemia
Esse aumento alarmante representou um crescimento de 39% da taxa de mortalidade geral durante o período analisado. Foi calculado um excesso levando em consideração a discrepância entre os óbitos observados e os esperados para 2021. Em um segundo cenário, o excesso de mortalidade materna foi 51,8% superior ao excesso de mortalidade geral, comparando-se a tendência entre os anos de 2015 a 2019.
Impactos da Pandemia e Metas de Redução de Mortes Maternas
Analisar os efeitos da pandemia na mortalidade materna é crucial, sendo este um indicador fundamental do desenvolvimento social de uma nação. Em 2021, o excesso de mortalidade materna foi 57% maior em comparação a 2020, ano que marcou o início da pandemia. Em um terceiro cenário, o excesso foi ainda mais preocupante, 83,7% acima da mortalidade de mulheres não grávidas no mesmo ano.
Desafios e Objetivos Futuros
Comparativamente à mortalidade geral, as mulheres grávidas e puérperas foram mais afetadas pela Covid-19, com a disparidade ampliando-se conforme a gravidade da pandemia aumentava. Estima-se que 60% das mortes maternas em 2021 foram atribuídas à Covid, em contraste com 19% em 2020.
A meta da ONU de redução da mortalidade materna globalmente até 2030 é crucial, buscando menos de 70 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. No entanto, a razão de mortalidade materna nacional no Brasil em 2021 atingiu um alarmante patamar de 110 mortes por 100 mil nascidos vivos, semelhante à taxa na década de 1980.
Impacto do Acesso aos Cuidados de Saúde na Mortalidade Materna
A pandemia limitou severamente o acesso das mulheres aos cuidados pré-natais, durante o parto e puerpério adequados, fator que possivelmente contribuiu para os cenários preocupantes identificados. A relação direta entre acesso inadequado aos serviços de saúde e mortalidade materna é evidente, especialmente quando os sistemas de saúde estão sobrecarregados.
Estudos anteriores confirmam que gestantes com Covid enfrentam maiores riscos de complicações associadas à doença em comparação com gestantes sem infecção. Ventilação e pneumonia são exemplos comuns de problemas que afetam as gestantes com Covid. É fundamental abordar essas lacunas no acesso à saúde para reduzir a mortalidade materna e alcançar as metas estabelecidas para um futuro mais seguro e saudável para as mães e seus bebês.
Fonte: © TNH1
Comentários sobre este artigo