Estudo recente indica que consumir cannabis recreativamente pode aumentar riscos de complicações graves da COVID-19 em fumantes.
Uma pesquisa recente conduzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, revelou que indivíduos que consomem cannabis apresentam um aumento significativo no risco de precisar de internação e tratamento intensivo ao contrair covid-19, em comparação com aqueles que não consomem a substância.
Além disso, o estudo apontou que o uso frequente de maconha pode estar diretamente relacionado a complicações mais graves da doença, reforçando a importância de conscientização e precaução em relação ao consumo de cannabis durante a pandemia.
Estudo Recente Revela Impacto da Cannabis em Pacientes com Covid-19
Uma investigação recente, publicada no JAMA Network Open, examinou informações de mais de 72.000 indivíduos tratados por covid-19 em estabelecimentos de saúde na região centro-oeste dos EUA, entre 1 de fevereiro de 2020 e 31 de janeiro de 2022. O estudo ressalta que o uso de cannabis não é isento de riscos no contexto do coronavírus, desafiando algumas ideias anteriores de que a substância poderia oferecer proteção contra infecções virais.
Os pesquisadores analisaram diversas características dos pacientes, como idade, gênero, etnia e condições médicas pré-existentes, como diabetes e problemas cardíacos. Também foram levantadas informações sobre o consumo de outras substâncias, como tabaco e álcool. Os resultados revelaram que os indivíduos que admitiram o uso de cannabis no ano anterior à infecção pelo vírus apresentaram um risco significativamente maior de hospitalização e internação na UTI.
Especificamente, os usuários de maconha tinham 80% mais probabilidade de serem hospitalizados e 27% mais chances de serem internados na UTI em comparação com os não usuários. Essa tendência persistiu mesmo após considerar fatores de risco como tabagismo, falta de imunização e condições de saúde subjacentes. O estudo também comparou os efeitos do consumo de cannabis com os do tabagismo em pacientes com covid.
Os fumantes de tabaco com covid apresentaram um risco significantemente maior de hospitalização e necessidade de cuidados intensivos em comparação com os não fumantes. Uma disparidade marcante entre os dois grupos foi observada em termos de mortalidade. Enquanto os fumantes de tabaco mostraram maior probabilidade de falecimento devido ao vírus, os consumidores de cannabis não apresentaram um aumento substancial nesse risco quando outros fatores foram considerados.
Uma possível explicação para esses achados é que a inalação da fumaça da cannabis pode prejudicar os tecidos pulmonares, tornando-os mais suscetíveis a infecções, de forma semelhante ao tabaco. Além disso, a cannabis é conhecida por suprimir o sistema imunológico, o que poderia comprometer a capacidade do organismo de combater infecções virais, independentemente da via de administração.
É importante salientar que o estudo não tem a intenção de ser um argumento contra a legalização da cannabis, mas sim destaca a necessidade de embasar o debate sobre os benefícios e riscos da planta em evidências científicas sólidas. Os resultados sugerem que o uso de cannabis deve ser considerado um fator de risco para complicações graves de covid-19 e apontam para a necessidade de mais pesquisas para compreender plenamente os efeitos da cannabis na saúde humana.
Fonte: @ Veja Abril
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