Arantes testemunhou na CPI do Senado sobre a responsabilidade da Companhia pelo afundamento em Maceió, Alagoas, prometendo reparar os danos.
O representante da Braskem, Marcelo Arantes, foi o primeiro a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, responsável por investigar a empresa. Na última quarta-feira (10), Arantes admitiu a responsabilidade da Braskem no afundamento de bairros em Alagoas, ocasionando o deslocamento de cerca de 40 mil moradores.
Além disso, o diretor da empresa petroquímica destacou a importância da Braskem em assumir sua culpa e colaborar ativamente com as ações de reparação para as comunidades afetadas. A transparência e responsabilidade da Braskem são fundamentais para promover a confiança e o respeito no processo de investigação em andamento.
Braskem e a Assunção de Responsabilidade
‘A Braskem tem a sua culpa nesse processo e nós assumimos a responsabilidade por isso’, afirmou o diretor da empresa. Não é por acaso que todos os esforços da empresa estão concentrados em reparar, mitigar e compensar todo o dano causado. O relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), salientou que essa foi a primeira vez que um representante da Braskem assumiu a responsabilidade pelo ocorrido em Maceió. ‘Isso é algo significativo e foi reconhecido pelo próprio representante da Braskem’, ressaltou.
Investimentos e Geologia na Braskem
Durante o depoimento, Arantes, diretor global da Braskem, evitou responder às perguntas, alegando desconhecimento. Segundo o relator da CPI, a Braskem contava com apenas dez funcionários nas minas de sal-gema em Maceió, sem geólogos contratados ou sondas para monitorar a estabilidade das minas até maio de 2019, quando o afundamento dos bairros foi confirmado como resultado da mineração na região. ‘Esses pontos indicam um aumento do risco de instabilidade geológica devido a fatores humanos e à exploração agressiva, sem justificativa natural, indo de encontro às práticas recomendadas pela geologia’, enfatizou o relator.
Questionamentos Técnicos da CPI
O senador Rogério Carvalho interpelou o representante da Braskem sobre a redução de investimentos nas minas de Maceió e a suposta prática de desligar pressurizadores para economizar energia, aumentando o risco de instabilidade no solo, mas não obteve respostas satisfatórias. A falta de informações irritou tanto o relator quanto o presidente da CPI, senador Omar Aziz. As questões técnicas sobre investimentos e pressurização das minas deveriam, segundo o diretor da Braskem, ser direcionadas ao vice-presidente da companhia, Marcelo Cerqueira.
Convocação de Testemunha na CPI
Diante da falta de esclarecimentos, um requerimento apresentado pelo presidente Aziz foi aprovado para convocar Marcelo Cerqueira, vice-presidente da Braskem, como testemunha na Comissão. Esta decisão, feita por votação simbólica, visa a obtenção de mais informações relevantes para a investigação em curso.
Fonte: @ Agencia Brasil
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