Indústria química busca aprovar plano-judicial na Justiça desde fevereiro, mas
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entre controladores e credores atrasa decisão, com juiz fiscalizando comportamento da companhia e termos, incluindo levantamento-financeiro, emergem como pontos de desconformidade.
A Unigel, empresa de grande destaque na área química no Brasil, enfrenta um momento delicado em sua trajetória, tendo ingressado com um pedido de recuperação extrajudicial em fevereiro de 2023. Este processo visa buscar soluções para as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa, que é controlada pela família Slezynger.
É preciso destacar que o pedido de recuperação extrajudicial é uma opção que as empresas podem escolher para buscar soluções para suas dificuldades financeiras. Neste contexto, a Unigel optou por essa rota, acreditando que encontraría uma solução mais rápida e eficiente para superar seus desafios. No entanto, a homologação do plano de recuperação extrajudicial, é um passo crucial que pode levar tempo e envolver negociações com os credores, incluindo líderes de mercado como as gestoras Pimco, Redwood e Moneda.
Entenda a recuperação extrajudicial da Unigel
A aprovação de uma recuperação extrajudicial de R$ 4,14 bilhões parece distante, apesar de passados nove meses. O Haitong Banco de Investimento solicitou à Justiça a intimidade do Grupo Unigel para disponibilizar o contrato de compra e venda da Plastiglas à Stabilit, conforme documento obtido pelo NeoFeed. A Plastiglas, operação de chapas acrílicas da Unigel no México, foi vendida para a Stabilit em 1º de dezembro do ano passado. A empresa brasileira havia adquirido a mexicana em 2006 por cerca de R$ 50 milhões, num acordo que fazia parte do processo de reestruturação financeira da companhia, como indicado em seu press release. No entanto, o dinheiro não foi apresentado, e os credores, conforme pedido do Haitong, querem ter acesso ao contrato de compra e venda, à quantia recebida pela Unigel, à destinação dessa receita e em que termos ela foi aprovada. Esse não é o único questionamento sobre decisões financeiras do grupo Unigel, que segue ‘sem dar liga’ no pedido de recuperação extrajudicial da indústria química. Um levantamento financeiro detalhado revela os grupos-estratégicos e o mercado-externo que envolvem a recuperação da Unigel.
Um plano de recuperação extrajudicial complexo
Em 14 de outubro, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho nomeou um administrador judicial para apurar os créditos submetidos à recuperação extrajudicial em 20 de fevereiro. O juiz também quer a comprovação do atingimento do quórum legal para aprovação do plano de recuperação extrajudicial, um ponto controverso que coloca os bondholders de um lado e os debenturistas, com Goldman Sachs, Bank of America, XP Asset, JiveMauá e Capitânia, de outro. Para entender o que está em jogo, é preciso voltar no tempo e analisar os grupos-estratégicos envolvidos na recuperação da Unigel.
Uma recuperação extrajudicial com desafios
A Unigel lançou a UGEL11, sua primeira operação no mercado local de capitais, em abril de 2022. A companhia emitiu R$ 500 milhões em debêntures em série única com prazo de vencimento de cinco anos e taxa de CDI+2,1%. O objetivo era investir em uma nova unidade de produção de ácido sulfúrico no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. Quatro anos antes, em 2018, a Unigel acessou o mercado internacional para diversificar suas fontes de financiamento com a primeira emissão de bonds. A captação foi de US$ 200 milhões em senior secured notes emitidas pela subsidiária Unigel Luxembourg S.A., com cupom de 10,50% e vencimento em janeiro de 2024. Embora todos os credores sejam quirografários, o grupo Unigel criou duas classes distintas no seu plano de recuperação extrajudicial, tornando difícil a recuperação, de acordo com o pedido de recuperação extrajudicial de R$ 4,14 bilhões da Unigel.
Fonte: @ NEO FEED
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