Enel atua em 24 municípios da Grande São Paulo, incluindo a capital, com direitos de concessão concedidos pelo governo federal.
A falta de energia elétrica em mais de 2 milhões de residências na Grande São Paulo gerou críticas contundentes de representantes dos governos federal, estadual e municipal à Enel, empresa responsável pela distribuição de energia na região, no último sábado (12). A situação foi considerada inaceitável e exigiu uma resposta imediata.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foram unânimes em pedir o fim do contrato com a concessionária Enel, considerando a falha inaceitável. A população não pode ser penalizada por falhas na prestação de serviços. A companhia Enel precisa ser responsabilizada por sua atuação e garantir a qualidade dos serviços prestados à população. A falta de energia elétrica afetou significativamente a vida dos moradores da região, e é fundamental que a Enel tome medidas para evitar que isso se repita no futuro.
Enel sob pressão: governo e Aneel consideram medidas contra a concessionária
A Enel, empresa italiana que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, incluindo a capital, está sob intensa pressão após uma série de problemas no fornecimento de energia elétrica na região. O governador Tarcísio de Freitas fez contato direto com a Aneel, agência do governo responsável por fiscalizar o setor, para cobrar medidas contra a companhia. Ele reforçou que a demora para restabelecer o fornecimento de energia em São Paulo após uma tempestade é inaceitável.
Em novembro de 2023, outro temporal deixou vários pontos da cidade sem energia por até seis dias. A Folha apurou que o governador telefonou para o diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, reclamando que nada foi feito contra a concessionária neste quase um ano após o outro evento. Tarcísio também lembrou que já havia pedido a caducidade do contrato da Enel, sem que houvesse retorno, e reforçou que não faz sentido renovar a concessão quando está comprovado que a prestação de serviço é péssima.
Críticas à Enel e à Aneel
Por volta das 22h, Tarcísio fez uma postagem nas redes sociais com críticas tanto à Enel quanto à Aneel. ‘Mais uma vez, a Enel deixou os consumidores de São Paulo na mão. Se o Ministério de Minas e Energia e, sobretudo, a Aneel, tiverem respeito com o cidadão paulista, o processo de caducidade será aberto imediatamente’, escreveu ele. Já o vereador Nunes disse em publicações no Instagram que a Enel é ‘inimiga do povo de São Paulo’. Ele atribuiu a falta de luz à ineficiência da companhia.
Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que, em casos extremos, a Aneel até pode unilateralmente propor a caducidade de um contrato de distribuição, mas é preciso lembrar que esse tipo de concessão de energia elétrica é federal, ou seja, o poder concedente desse serviço é a União. A Enel foi alvo de muitas críticas do governo federal após o apagão de novembro do ano passado em São Paulo, mas, na sequência, a empresa divulgou uma série de medidas para aperfeiçoar o atendimento durante eventos extremos, incluindo o anúncio de investimentos, que foram bem recebidos pela gestão Lula (PT).
Investimentos e mudanças de posicionamento
Em maio, quando a tensão ainda estava alta, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, chegou a dizer à empresa que, se não fizesse investimentos na qualidade do serviço de distribuição de energia, ‘pode dar tchau’ ao país. No mês passado, o posicionamento já havia mudado. Silveira participou de um evento na base operacional da Enel em Guarapiranga, zona sul de São Paulo, em que ocorreu a apresentação dos investimentos da companhia no Brasil. Na ocasião, disse era ‘uma grande alegria poder ver in loco as ações adotadas para prevenir acontecimentos graves gerados pelas mudanças climáticas’.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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