XP Investimentos vê potencial de valorização de até 55% em empresas como Suzano, Klabin e Irani, com estabilização de preços da celulose e expansão da plataforma.
A queda acentuada nos preços da celulose nos últimos três meses tem gerado preocupação entre os investidores que têm exposição às empresas do setor. A incerteza é compreensível, considerando que a oferta adicional de celulose de fibra curta (BHKP) no mercado global tem exercido pressão sobre os preços da matéria-prima.
Essa tendência de queda nos preços da celulose pode ter um impacto significativo na produção de papel e outros produtos que utilizam a fibra como matéria-prima. Além disso, a desvalorização da celulose pode afetar a rentabilidade das empresas que dependem dessa matéria-prima para suas operações. A volatilidade dos preços da celulose é um desafio que as empresas do setor precisam enfrentar para manter sua competitividade no mercado.
Previsões de Estabilização de Preços no Setor de Celulose
De acordo com a visão da XP Investimentos, a preocupação com a estabilidade dos preços no setor de celulose e papel não deve ser um obstáculo para o crescimento do setor nos próximos anos. Os indicadores apontam para uma estabilização de preços no curto prazo, o que levou os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano a elevar sua recomendação dos papéis da Klabin e da Irani para compra. Além disso, a Suzano continua sendo a melhor opção para quem deseja ter exposição ao segmento de celulose.
Com base nas recentes indicações de estabilização e uma visão estrutural positiva para os preços, os analistas estão otimistas em aumentar a exposição ao setor de celulose e papel, mantendo a Suzano como sua principal escolha. Eles projetam um potencial de valorização de 55% para os papéis da Suzano, atingindo um preço-alvo de R$ 85. A esperança para Klabin e Irani surge de uma perspectiva sólida para os volumes e preços de papel e embalagens no País.
Perspectivas Positivas para Klabin e Irani
No caso da Klabin, os analistas também analisam uma perspectiva mais positiva para a alavancagem da companhia. Após a aquisição da Caetê e considerando o aumento gradual dos projetos em andamento da companhia, esperam que a redução da alavancagem e a expansão do Ebitda sustentem o potencial de valorização das ações, sem mudanças significativas nos múltiplos de avaliação.
A Irani deve se beneficiar de um ambiente doméstico mais favorável para a demanda por papelão ondulado, um de seus carros-chefes. Embora os custos altos do produto limitem o avanço do lucro da companhia no curto prazo, a expectativa é de que o segmento seja um dos impulsionadores do crescimento da companhia nos próximos anos.
Expansão da Plataforma e Crescimento de Lucros
Os analistas projetam um potencial de valorização de 33% para os papéis da Suzano, atingindo uma cotação de R$ 27, enquanto as ações da Irani estão com perspectiva de alta de 26%, atingindo um valor de R$ 9,50 por papel. A expansão da plataforma Gaia, combinando mix de produtos e eficiências de custos, deve ser um dos principais motores do crescimento dos lucros nos próximos anos.
No entanto, a perspectiva positiva não significa que o caminho está livre de desafios. Na perspectiva da corretora, o crescimento da celulose de mercado deve desacelerar nos próximos 3 a 4 anos, devido à estratégia de integração da produção de celulose na China. No entanto, a disponibilidade de matérias-primas, como os cavacos de madeira, não é infinita, o que pode limitar o crescimento da produção chinesa.
Oportunidades no Longo Prazo
Com potenciais custos mais altos da integração chinesa devido à expansão da produção verticalizada, a corretora também prevê oportunidades no longo prazo, com um possível aumento na demanda pela celulose brasileira após esse prazo de cinco anos. A fibra de celulose, matéria-prima essencial para a produção de papel, deve continuar sendo um dos principais impulsionadores do crescimento do setor.
Fonte: @ NEO FEED
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