Relatório 2022 da IBIA indica 268 apostas suspeitas em todo o mundo. Tênis lidera com 38% dos casos, não o futebol.
Recentemente, meu filho mais novo, de visita à metrópole, chamou alguns colegas para se reunirem em minha residência e acompanharem a decisão derradeira da Liga dos Campeões da Europa. Minha sobrinha e seu parceiro também estavam presentes. Antes do início da partida, a maioria dos presentes realizou palpites utilizando aplicativos. Valores de R$ 10 ou R$ 20 em opções pré-definidas oferecidas nas plataformas virtuais.
Enquanto a emoção dos jogos tomava conta do ambiente, as apostas feitas adicionaram um tempero extra à competição. Alguns arriscaram apostos mais altos, enquanto outros preferiram manter-se com palpites mais conservadores. No final, a diversão proporcionada pelas apostas foi tão marcante quanto o próprio desfecho da partida.
Apostas Esportivas no Brasil: Regulamentação e Controles de Integridade
Me chamou a atenção a diversidade de opções disponíveis para apostas, que vão muito além do simples resultado de uma partida. Além dos tradicionais palpites sobre vencedores, é possível apostar em aspectos mais específicos, como cartões amarelos, faltas e escanteios. Esses elementos, muitas vezes, são menos suscetíveis à influência direta dos atletas do que o próprio desfecho do jogo.
A Lei 14.790, de 2023, que regulamenta as apostas esportivas no Brasil, estabelece que eventos esportivos podem ser objeto de apostas, desde que não envolvam menores de 18 anos e que o resultado seja desconhecido no momento da aposta. Isso abre espaço para palpites não apenas sobre o resultado final, mas também sobre eventos específicos dentro da partida, incluindo ações individuais de jogadores.
Essa liberdade, no entanto, traz consigo um risco evidente. A possibilidade de influenciar o desenrolar de uma partida em troca de ganhos financeiros é uma realidade que não pode ser ignorada. O caso envolvendo o jogador Lucas Paquetá, do West Ham e da seleção brasileira, ilustra bem essa questão.
O interessante é que as empresas de apostas, como a Betway, uma das maiores do mundo, têm mecanismos de controle de integridade que podem detectar padrões suspeitos de apostas. No caso de Paquetá, a aposta suspeita foi feita na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, e graças à atuação da Betway, o caso foi reportado à International Betting Integrity Association (IBIA).
A IBIA, uma entidade privada de autorregulação, é responsável por monitorar e relatar atividades suspeitas no mundo das apostas esportivas. Sua atuação é fundamental para garantir a transparência e a integridade nesse mercado, especialmente em casos como o de Paquetá, que envolvem interesses financeiros significativos.
A associação da Betway com a IBIA e seu papel como patrocinadora do West Ham destacam a importância da autorregulação no setor de apostas. A capacidade de detectar e relatar atividades suspeitas é essencial para manter a credibilidade e a confiança dos apostadores e das autoridades esportivas.
A supervisão das apostas, conforme exigido pela legislação brasileira, é uma prática que deve ser adotada por todas as empresas do ramo. A IBIA, com sua expertise e compromisso com a integridade, é um exemplo de como a autorregulação pode ser eficaz na prevenção de fraudes e manipulações no mundo das apostas esportivas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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