Após R$ 3 bilhões de lucro anual, banco retoma foco no segmento menor, operacional, com renda mensal até R$ 40 mil. Aprendeu: equilibrar perdas, provisórios e diversificar negócios portfólio. Agora, medidas corretivas e desempenho anual.
Depois de trimestres seguidos de resultados aquém do esperado, o Santander Brasil se destacou nos primeiros três meses deste ano com uma operação que surpreendeu analistas e investidores, levando suas units a terem um dos maiores ganhos do Ibovespa nessa terça-feira, 30 de abril – às 14h30, as ações do banco espanhol subiram 2,6%, enquanto o índice principal da bolsa estava em baixa de 1%.
Essa reviravolta positiva no desempenho do Santander Brasil foi comemorada pelos investidores, que viram a retomada do crescimento financeiro da instituição como um sinal de tempos melhores. Além disso, a operação eficiente do banco nesse trimestre demonstrou que ações estratégicas assertivas podem resultar em resultados positivos expressivos.
Retomada da operação impulsiona desempenho financeiro
Com a retomada da margem financeira e a redução das provisões para perdas, o terceiro maior banco do País em total de ativos apresentou resultados positivos no primeiro trimestre. Sem incidentes inesperados, como o caso de Americanas, o banco fechou o período com um lucro líquido gerencial de R$ 3 bilhões. Esse montante representa um crescimento significativo de 41,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, além de um avanço de 37,1% comparado ao trimestre anterior.
A CEO Mario Leão aponta que o sabor desse lucro é diferente do registrado anteriormente. Enquanto os R$ 3 bilhões de 2022 refletiam uma fase de desaceleração nas operações, o resultado atual está diretamente ligado à retomada plena das atividades operacionais. No terceiro trimestre de 2022, o banco enfrentava desafios decorrentes do aumento da inadimplência, fruto da concessão excessiva de crédito entre 2021 e 2022, quando as taxas de juros estavam historicamente baixas.
O banco adotou medidas corretivas, como restringir o crédito para o segmento de renda menor, setor essencial para o crescimento da instituição. Além disso, houve a estratégia de diversificar os negócios e atrair clientes de maior renda, a fim de fortalecer o portfólio de forma equilibrada. Essas ações mostraram-se eficazes, contribuindo para os resultados positivos no primeiro trimestre.
Novas estratégias para melhores resultados operacionais
Mario Leão destaca que o banco está focado em fortalecer sua presença no segmento de renda menor, buscando reconquistar a fatia de mercado perdida para bancos digitais e fintechs nos últimos anos. Para atingir esse público, o Santander anunciou o lançamento do ‘free’, uma linha que disponibiliza conta e cartão de crédito sem custos, direcionada principalmente para indivíduos com renda de até R$ 4 mil mensais.
Embora o produto esteja disponível para não clientes, a prioridade é direcionar esforços aos que estão inativos ou possuem apenas um produto no banco. Com quase 66 milhões de clientes, sendo 31,1 milhões ativos, o Santander visa engajar os clientes monoprodutistas, que não possuem uma relação completa com a instituição. A estratégia é baseada na análise de dados para oferecer serviços mais personalizados, principalmente na área de crédito.
Leão ressalta que o banco aprendeu com os erros do passado e está adotando uma abordagem mais cautelosa na concessão de crédito, evitando retornar aos níveis observados durante a pandemia. A compreensão da limitação de renda dos consumidores leva a ofertas mais adequadas e responsáveis. Inicialmente focando no cartão de crédito, o Santander visa fortalecer a relação com os clientes, expandindo gradualmente para outros produtos e serviços conforme as necessidades e capacidades de cada cliente.
Fonte: @ NEO FEED
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